Nos últimos anos, a alimentação natural para cães vem ganhando destaque entre tutores que buscam uma vida mais saudável e longeva para seus pets.
A tendência de substituir a ração industrializada por refeições frescas, balanceadas e feitas com ingredientes naturais vem crescendo no Brasil — e com razão.
Mas será que essa é a melhor opção para o seu cachorro? Quais os cuidados necessários antes de fazer a transição? E como garantir que o animal receba todos os nutrientes de forma equilibrada?
Neste guia completo, você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre alimentação natural para cães, incluindo seus benefícios, riscos, alimentos permitidos e proibidos, além de dicas práticas para iniciar de forma segura.
Prepare-se para entender, de forma didática e objetiva, como oferecer uma dieta mais saudável e natural para o seu melhor amigo.
O que é alimentação natural para cães?

A alimentação natural para cães (AN) é uma dieta baseada em ingredientes frescos e minimamente processados, como carnes, legumes, frutas e grãos, que substituem a ração industrializada.
Ao contrário das rações comerciais, a alimentação natural é preparada sob medida, levando em conta as necessidades nutricionais, idade, peso, raça e nível de atividade física de cada cão.
Ela pode ser crua ou cozida, dependendo da orientação do veterinário nutrólogo. O objetivo é oferecer refeições mais próximas da alimentação ancestral dos cães, garantindo melhor digestibilidade e absorção de nutrientes.
Benefícios da alimentação natural para cães
Optar por uma alimentação natural pode transformar completamente a saúde e o bem-estar do seu pet. Veja os principais benefícios:
1. Melhora da saúde geral
A ingestão de alimentos frescos e livres de conservantes químicos ajuda a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de doenças crônicas.
2. Pelagem mais bonita e brilhante
Cães que seguem uma dieta natural costumam apresentar pelos mais macios, brilhantes e sem queda excessiva, graças ao equilíbrio de gorduras boas e vitaminas.
3. Fezes com menos odor e volume
Por conter ingredientes naturais e altamente digestíveis, a alimentação natural reduz o volume das fezes e o mau cheiro.
4. Hidratação adequada
Alimentos frescos contêm mais água do que as rações secas, o que melhora a hidratação e a saúde dos rins.
5. Controle de peso e energia equilibrada
A dieta natural permite um controle mais preciso da quantidade calórica e da qualidade dos nutrientes, evitando tanto a obesidade quanto a falta de energia.
Tipos de alimentação natural para cães
Existem diferentes formas de aplicar a alimentação natural, e cada uma tem suas particularidades. Confira as mais comuns:
Alimentação natural cozida
Os ingredientes são cozidos antes de servir. É uma opção segura para iniciantes, pois elimina microrganismos e facilita a digestão.
Alimentação natural crua (BARF)
A dieta BARF (Biologically Appropriate Raw Food) é composta por carnes cruas, ossos e vísceras. Simula a alimentação ancestral dos cães, mas deve ser acompanhada por um veterinário nutrólogo.
Dieta mista
Combina ração com refeições naturais, sendo uma boa opção para tutores que desejam fazer a transição gradual.
Alimentos permitidos na alimentação natural para cães

A base de uma alimentação natural para cães deve ser composta por ingredientes frescos, seguros e nutritivos, capazes de fornecer todos os nutrientes que o organismo do animal precisa.
Entretanto, é fundamental lembrar que nem tudo o que é saudável para humanos é seguro para os cães. Por isso, é importante conhecer quais alimentos são permitidos e em quais proporções eles devem ser oferecidos.
A seguir, veja uma lista completa e didática dos principais grupos alimentares que podem fazer parte da dieta natural canina — e como utilizá-los de forma equilibrada.
1. Proteínas — a base da dieta
As proteínas são o nutriente mais importante na alimentação dos cães, responsáveis por formar músculos, ossos, tecidos e manter o bom funcionamento do sistema imunológico.
Na alimentação natural, as fontes de proteína animal devem representar cerca de 40% a 60% da refeição total.
Principais opções seguras e nutritivas:
- Frango (peito, coxa ou sobrecoxa, sempre sem tempero e sem pele)
- Carne bovina (patinho, músculo, acém, coxão mole)
- Peixe (sardinha, tilápia, salmão — cozidos e sem espinhas)
- Carne suína magra (como o lombo, bem cozido)
- Peru (ótima fonte de proteína magra)
- Ovos cozidos ou mexidos (sem óleo e sem sal)
Dica: varie as fontes de proteína ao longo da semana para garantir melhor diversidade de aminoácidos e evitar alergias alimentares.
2. Carboidratos — energia equilibrada para o dia a dia
Os carboidratos fornecem energia de liberação lenta, ajudando o cão a se manter ativo e equilibrado durante o dia. Eles também contribuem para a saúde intestinal, desde que sejam fontes de boa qualidade e sem excesso.
Fontes ideais de carboidratos na alimentação natural:
- Arroz integral ou parboilizado
- Batata-doce
- Abóbora (rica em fibras e betacaroteno)
- Inhame e mandioquinha
- Aveia em flocos (em pequenas quantidades)
Evite oferecer arroz branco, massas e farinhas refinadas, pois têm pouco valor nutricional e podem causar picos de glicose.
3. Verduras e legumes — fibras e micronutrientes essenciais
Os vegetais são fundamentais na alimentação natural para cães, pois oferecem vitaminas, minerais e fibras que ajudam no funcionamento intestinal e na imunidade.
A proporção ideal é de 10% a 20% da refeição total, e eles devem ser cozidos no vapor ou levemente refogados, sem sal, óleo ou temperos.
Verduras e legumes recomendados:
- Cenoura — rica em betacaroteno, melhora a visão e a pele.
- Brócolis — contém cálcio e ferro, fortalece ossos e sangue.
- Abobrinha — leve e fácil de digerir.
- Chuchu — bom para hidratação e controle de peso.
- Espinafre — excelente fonte de ferro e magnésio (usar com moderação).
- Vagem — rica em fibras, auxilia na digestão.
- Beterraba — fornece antioxidantes e melhora a circulação.
Dica: corte os vegetais em pedaços pequenos ou triture, facilitando a digestão e a absorção dos nutrientes.
4. Frutas — vitaminas naturais e petiscos saudáveis
As frutas podem ser usadas como complemento da dieta ou como petiscos naturais entre as refeições. Elas são ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes que ajudam na saúde da pele, dos pelos e do sistema imunológico.
Frutas seguras e recomendadas:
- Maçã (sem sementes e sem casca)
- Banana (em pequenas quantidades)
- Melancia (sem sementes)
- Mamão
- Pera (sem sementes)
- Manga (sem caroço e em pequenas porções)
- Morango
- Coco natural (sem açúcar)
Evite frutas muito ácidas (como laranja e limão) e com alto teor de açúcar (como uva e figo).
5. Gorduras boas — energia e saúde da pele
As gorduras são essenciais para o equilíbrio hormonal e para manter a pele e os pelos saudáveis e brilhantes. Além disso, elas ajudam na absorção de vitaminas A, D, E e K.
Fontes saudáveis de gorduras boas:
- Azeite de oliva extravirgem (1 colher de chá por refeição, para cães médios)
- Óleo de coco (rica em triglicerídeos de cadeia média)
- Sementes de linhaça moídas (ótima fonte de ômega 3)
- Peixes gordos como salmão e sardinha (cozidos)
As gorduras devem ser usadas com moderação, pois o excesso pode causar ganho de peso e sobrecarga no fígado.
6. Suplementos e minerais — apenas sob prescrição veterinária
Mesmo com uma dieta bem equilibrada, pode ser necessário incluir suplementos específicos para corrigir possíveis deficiências nutricionais.
Os mais comuns incluem:
- Cálcio e fósforo (essenciais para ossos e dentes fortes)
- Complexo vitamínico B (para energia e metabolismo)
- Ômega 3 e 6 (para pele, pelos e sistema cardiovascular)
- Taurina e zinco (para saúde muscular e imunológica)
Nunca ofereça suplementos por conta própria. O veterinário nutrólogo deve calcular as doses exatas com base no peso e na dieta do cão.
7. Como preparar os alimentos corretamente
A forma de preparo influencia diretamente na qualidade nutricional da refeição.
Veja as melhores práticas:
- Cozinhar as carnes e legumes sem sal, óleo ou temperos.
- Evitar frituras ou alimentos industrializados.
- Desfiar ou picar os ingredientes em pedaços pequenos.
- Servir em temperatura ambiente ou levemente morna.
Além disso, é importante respeitar a proporção ideal dos macronutrientes recomendada pelo veterinário, geralmente:
- 50% proteínas
- 25% carboidratos
- 15% vegetais
- 10% gorduras boas
8. Armazenamento e conservação
Para manter a qualidade e praticidade, prepare as refeições da semana e congele em porções individuais.
- Guarde no freezer por até 30 dias.
- Descongele na geladeira de forma natural (evite micro-ondas).
- Sirva sempre fresco e sem reaquecer em excesso.
Dica prática: use potes herméticos ou saquinhos próprios para freezer e identifique com a data de preparo.
Resumo: alimentos permitidos na alimentação natural para cães
| Grupo Alimentar | Exemplos | Observações Importantes |
|---|---|---|
| Proteínas | Frango, carne bovina, peixe, ovos | Base da dieta (40–60%) |
| Carboidratos | Arroz integral, batata-doce, abóbora | Fonte de energia equilibrada |
| Verduras e legumes | Cenoura, abobrinha, chuchu, brócolis | Fornecem fibras e vitaminas |
| Frutas | Maçã, banana, mamão, melancia | Use como petisco natural |
| Gorduras boas | Azeite, óleo de coco, sardinha | Promovem brilho e saúde da pele |
| Suplementos | Cálcio, ômega 3, vitaminas | Apenas sob prescrição veterinária |
Alimentos proibidos para cães
Alguns alimentos comuns na dieta humana podem ser tóxicos para os cães. Veja os principais vilões:
- Chocolate
- Cebola e alho
- Uvas e uvas-passas
- Abacate
- Café e bebidas com cafeína
- Ossos cozidos
- Alimentos temperados ou com sal em excesso
Esses alimentos podem causar desde distúrbios gastrointestinais até intoxicações graves. Portanto, nunca ofereça nada sem orientação veterinária.
Como montar uma dieta natural balanceada
A alimentação natural para cães não é apenas “dar comida de panela”. Ela precisa ser planejada com base em cálculos nutricionais.
Veja o que deve ser considerado:
Peso, idade e nível de atividade física do cão
Proporção correta de nutrientes:
- 40% a 60% de proteínas
- 20% a 30% de carboidratos
- 10% de vegetais
- 10% de gorduras boas
Além disso, suplementos vitamínicos e minerais podem ser necessários para evitar deficiências nutricionais.
Dica: consulte sempre um veterinário nutrólogo para montar uma dieta personalizada e segura para seu pet.
Como fazer a transição da ração para alimentação natural
Fazer a transição da ração para alimentação natural é um passo importante que deve ser feito com cuidado e paciência.
O organismo do cão está acostumado com a composição, textura e digestibilidade da ração industrializada. Por isso, uma mudança brusca pode causar diarreia, gases, vômitos ou rejeição alimentar.
Para garantir uma adaptação tranquila e saudável, siga o passo a passo abaixo, elaborado de acordo com as recomendações de veterinários nutrólogos:
1. Faça uma introdução gradual (processo de 7 a 10 dias)
O ideal é misturar a comida natural à ração em proporções crescentes, permitindo que o sistema digestivo do cão se acostume aos novos alimentos.
Exemplo de cronograma de transição:
- Dias 1 a 3: 25% de alimentação natural + 75% de ração
- Dias 4 a 6: 50% de alimentação natural + 50% de ração
- Dias 7 a 9: 75% de alimentação natural + 25% de ração
- A partir do dia 10: 100% de alimentação natural
Durante esse período, observe o comportamento e as fezes do cão. Se notar diarreia, gases em excesso ou recusa alimentar, reduza a proporção de comida natural e aumente o tempo de adaptação.
2. Escolha alimentos leves e de fácil digestão
Durante os primeiros dias, prefira proteínas magras (como frango e peixe) e carboidratos simples (como abóbora e arroz integral). Esses ingredientes reduzem o risco de desconforto intestinal e facilitam o processo digestivo.
Evite incluir muitos tipos de alimentos diferentes logo no início — comece com poucos ingredientes e vá variando aos poucos.
3. Siga uma dieta planejada por um veterinário nutrólogo
Cada cão é único. O peso, idade, porte e condições de saúde influenciam diretamente na quantidade e proporção dos nutrientes necessários.
Um veterinário nutrólogo pode montar uma dieta personalizada, com os cálculos de energia, proteínas, vitaminas e minerais ideais para o seu pet. Além disso, ele indicará se é necessário incluir suplementos para equilibrar a nutrição.4. Prepare e armazene as porções corretamente
Uma boa prática é preparar as refeições da semana e armazená-las em porções individuais no freezer, facilitando o dia a dia.
- Descongele naturalmente na geladeira (evite micro-ondas).
- Sirva em temperatura ambiente ou levemente morna.
- Mantenha sempre higiene rigorosa nos utensílios e na manipulação dos alimentos.
5. Observe os sinais do organismo do seu cão
Durante a transição, observe atentamente:
- Aparência das fezes: devem estar firmes, mas não secas.
- Nível de energia: o cão deve manter disposição e apetite.
- Pele e pelos: o brilho e a maciez melhoram após algumas semanas.
- Hálito: tende a ficar mais fresco com o tempo.
Se houver sintomas como vômitos, coceiras ou apatia, procure o veterinário para ajustar a dieta.
6. Tenha paciência e constância
A adaptação completa pode levar de 2 a 4 semanas, dependendo do cão. Alguns se adaptam rapidamente, enquanto outros precisam de mais tempo para aceitar os novos sabores e texturas.
Evite voltar para a ração no meio do processo, pois isso confunde o sistema digestivo do animal. A consistência é essencial para o sucesso da transição.
Custos da alimentação natural para cães
O custo da alimentação natural varia conforme o porte do cão, ingredientes utilizados e forma de preparo.
Em média:
- Cães pequenos: R$ 150 a R$ 250/mês
- Cães médios: R$ 250 a R$ 400/mês
- Cães grandes: R$ 400 a R$ 700/mês
Apesar de parecer mais caro, muitos tutores relatam economia com consultas veterinárias e medicamentos, devido à melhora na imunidade e saúde geral.
A importância do acompanhamento veterinário
Jamais inicie a alimentação natural para cães sem a orientação de um veterinário nutrólogo. Ele fará:
- Avaliação clínica e exames de sangue
- Cálculo das necessidades nutricionais
- Planejamento da dieta personalizada
- Acompanhamento e ajustes periódicos
Isso garante que seu pet receba todos os nutrientes essenciais, evitando deficiências e excesso de vitaminas.
Conclusão
A alimentação natural para cães é uma excelente alternativa para quem busca oferecer mais saúde, longevidade e bem-estar ao seu pet. Porém, ela deve ser feita com responsabilidade, planejamento e acompanhamento profissional.
Ao seguir as orientações corretas e garantir o equilíbrio nutricional, você estará proporcionando uma vida mais feliz, saudável e cheia de energia para o seu melhor amigo.
FAQ — Perguntas frequentes sobre alimentação natural para cães
Alimentação natural é melhor do que ração?
Depende. Ambas podem ser saudáveis se forem bem equilibradas. A alimentação natural oferece mais frescor e controle de ingredientes, mas exige acompanhamento profissional.
Posso preparar a comida do meu cão em casa?
Sim, desde que siga uma receita balanceada por um veterinário nutrólogo. Improvisar pode causar deficiências nutricionais.
Cães filhotes podem comer alimentação natural?
Podem, mas é essencial que a dieta seja específica para filhotes, com foco no crescimento e desenvolvimento ósseo.
Posso congelar as porções da alimentação natural?
Sim. O ideal é preparar porções individuais e armazená-las no freezer por até 30 dias.
Quais são os sinais de que a alimentação natural está funcionando?
Mais disposição, fezes menores, pelo brilhante e hálito mais agradável são alguns sinais de que o pet está se beneficiando da nova dieta.

Adilson Santos é um ator apaixonado pela arte e pelos animais. Entre gravações e projetos, ele dedica parte do seu tempo a divulgar a importância do respeito, do cuidado e da adoção responsável.
Seu amor pelos pets o inspirou a criar o blog ViveNexo, um espaço onde compartilha histórias, dicas e curiosidades sobre o universo animal. Para Adilson, os pets são mais do que companheiros — são uma fonte constante de afeto, aprendizado e inspiração.


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